A Meta, empresa controladora do Instagram, Facebook, WhatsApp e Threads, anunciou uma série de mudanças radicais nas suas políticas, que incluem o fim do sistema de verificação de fatos (fact-checking), o relaxamento de regras sobre discursos de ódio e a descontinuação dos programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). As decisões, anunciadas pelo CEO Mark Zuckerberg, têm gerado intensos debates sobre os impactos para os usuários e para o ambiente digital.
A Meta decidiu encerrar o programa de verificação de fatos realizado por parceiros independentes. Segundo Zuckerberg, o sistema apresentava viés político e frequentemente removia conteúdos erroneamente. No lugar do modelo tradicional, a empresa introduzirá as “Notas da Comunidade”, um sistema similar ao utilizado no X (antigo Twitter), que permite que os usuários acrescentem informações e avaliem a veracidade dos conteúdos.
Essa alteração levanta preocupações sobre o aumento da desinformação, uma vez que a responsabilidade pela moderação será transferida aos próprios usuários, podendo gerar censura de opiniões minoritárias ou a perpetuação de notícias falsas.
Outra medida anunciada foi o fim das restrições para o alcance de conteúdos políticos. Postagens relacionadas às eleições ou a temas cívicos voltarão a ser sugeridas no feed dos usuários, mesmo que venham de contas que eles não seguem. Especialistas alertam para os riscos dessa decisão, como a amplificação de discursos polarizadores e a manipulação da opinião pública através de algoritmos.
A Meta também relaxou políticas relacionadas a discursos considerados ofensivos. Agora, a moderação não irá intervir em casos em que a empresa entender que a linguagem é usada em um “contexto político ou religioso”. Isso pode aumentar a vulnerabilidade de grupos marginalizados, como mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e outras comunidades.
Outra mudança significativa foi o encerramento dos programas DEI da Meta. A empresa anunciou que não estará mais comprometida em priorizar grupos sub-representados em processos seletivos ou em suas relações com fornecedores. A decisão foi amplamente criticada e vista como um retrocesso nos esforços de inclusão corporativa.
De acordo com Janelle Gale, vice-presidente de recursos humanos da Meta, a medida reflete “mudanças no cenário legal e político nos Estados Unidos”. É importante ressaltar que outras grandes empresas, como Walmart e McDonald’s, também abandonaram programas similares.
No Brasil, as mudanças já chamaram a atenção das autoridades. A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou a Meta, exigindo esclarecimentos sobre as medidas e cobrando soluções para proteger crianças e grupos vulneráveis. Apesar de as novas políticas estarem, inicialmente, restritas aos Estados Unidos, o governo brasileiro destacou que a Meta deve respeitar as leis locais e garantir a integridade do ambiente digital no país.
As mudanças nas plataformas da Meta prometem transformar a experiência dos usuários. O fim da moderação centralizada pode gerar feeds mais desorganizados e repletos de conteúdos de baixa qualidade. Além disso, a descentralização do controle da informação aumenta o risco de proliferação de fake news e discursos extremistas.
Embora a empresa defenda que as novas políticas promovem liberdade de expressão, analistas apontam que a falta de controle pode comprometer a segurança dos usuários e minar a confiança nas plataformas.
As mudanças na Meta reforçam a importância de um uso consciente das redes sociais e de um olhar crítico sobre as informações compartilhadas. O futuro das plataformas e o impacto dessas políticas ainda estão em debate, mas é certo que novos desafios surgem para a sociedade digital.
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